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jul/20
BENTO GONÇALVES ACEITA DESAFIO DA GESTÃO DA CRISE COM APOIO DO COMITÊ DA RETOMADA DO TURISMO RS
Prefeitura, empresariado e entidades se unem na retomada gradual e segura do turismo
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Nesta quinta-feira o Comitê da
Retomada Turismo RS - uma ampla frente formada por 368 empresas,
83 entidades, 41 municípios e conselhos, além de centenas de
profissionais do setor do turismo - entregou às 11 horas ao Prefeito
Guilherme Pasin, de Bento Gonçalves, uma nova proposta de Modelo
de Distanciamento Controlado, baseada na retomada gradual e segura
das atividades turísticas.
Em caráter propositivo, o documento equaliza as restrições previstas
em cada bandeira face o momento atual. “O fluxo turístico está
retornando e não adianta mais simplesmente fechar as portas.
Precisamos de normas de controle e prevenção eficientes, divulgadas
massivamente, que tornem viável a retomada responsável do turismo.
Este é o caminho para superar a grave crise que assola um dos mais
procurados destinos turísticos do Brasil, o Rio Grande do Sul”, afirma
Thomas Fontana, C.E.O. do G30, grupo de empresários e entidades
gaúchas que lideram um amplo movimento estadual pelo “turismo
seguro”.
Embora o cenário atual continue devastador para a economia e em especial para
o turismo, no Rio Grande do Sul as lideranças do setor não se contrapõem ao
Modelo de Distanciamento Controlado adotado pelo governo estadual no início
da pandemia, em março deste ano. “Pelo contrário, nosso estado foi exemplar
em rapidamente estabelecer políticas de controle e prevenção da pandemia. Mas
a expectativa de que a quarentena se estendesse por 40 ou 60 dias não se
confirmou e agora, passados quatro meses de enfrentamento, é chegado o
momento de aprender a conviver com a Covid-19, retomando as atividades
econômicas de forma segura e gradual”, explana Luiz Fernando Moraes, uma das
cabeças pensantes do G30. Ex-Secretário da SMtur Porto Alegre, o jornalista e
publicitário já presidiu a TVE e a Anseditur (Associação Nacional dos Dirigentes
e Secretários de Turismo). “Trago para o Comitê da Retomada a experiência da
gestão pública no turismo. Precisamos traçar estratégias tangíveis em parceria
com as diferentes esferas de poder envolvidas nesta pandemia.” Para Giovana
Ulian, diretora executiva da Biossplena, empresa de Inteligência Urbana, um dos
fatores a favor do trabalho do Comitê é a capacidade de conciliar as diferentes
demandas do setor. “Não é hora de posições extremadas – precisamos dialogar
para encontrar um caminho objetivo, que garanta segurança e evite o
agravamento da crise”, avalia.
União de esforços
“Em março fomos pegos de surpresa pelas medidas restritivas no combate à
Pandemia. Foi assustador, mas todos esperávamos para o segundo semestre a
retomada do fluxo normal do turismo interno. Passados quatro meses com caixa
praticamente zerado, já sabemos que a recuperação do setor levará de 18 a 24
meses. Neste cenário, mais da metade das empresas do setor do Turismo no RS
fecharão definitivamente as portas.” A declaração é de Márcia Ferronatto,
Diretora Executiva do SEGH, associação dos empresários de Gastronomia e
Hotelaria da Região Uva e Vinho. Mais de 80% são pequenas e médias empresas,
que não conseguem acesso às linhas de crédito anunciadas para o setor. “Não
há solução mágica para estas empresas, que estão impedidas de trabalhar
enquanto acumulam dívidas impagáveis”, sentencia Márcia.
Pesquisas apontam o Rio Grande do Sul como o 4º estado do país com mais
perdas no setor de turismo. São prejuízos na ordem de R$ 90 bilhões e quase 1
milhão de postos de trabalho extintos nestes quatro meses de ‘abre e fecha”.
“Nosso desafio no combate à pandemia é a busca pelo equilíbrio entre
a saúde dos cidadãos e a saúde da economia ”, declara o prefeito
Guilherme Pasin, de Bento Gonçalves, durante o ato formal de entrega
do Modelo de Distanciamento Controlado proposto pelo Comitê da
Retomada Turismo RS. “Liberar em excesso é uma atitude tão danosa
quanto o abre e fecha. Para promovermos mudanças no modelo atual
precisaremos de muito diálogo e embasamento. Por isso o apoio do
empresariado e das entidades, através de um Comitê altamente
representativo, é decisivo para empreendermos uma retomada segura
e responsável”, declara Pasin.
Impacto negativo no turismo gera desemprego em massa
A recuperação econômica do Rio Grande do Sul, após o Covid19, poderá levar
de dois a três anos. Estima-se que até 40% do setor de gastronomia estadual
fechará suas portas para sempre até o final da crise. Hoje menos de 20% do
setor turístico está operando no RS. “A abertura, mesmo que gradual, poderá
evitar mais fechamentos. Dos 100 mil trabalhadores da gastronomia no estado,
30 mil já perderam seus empregos em micro e pequenas empresas, que
constituem a base do setor turístico”, pondera o integrante do Comitê Felipe
Peccin, ex-secretário de Turismo de Gramado e empresário do ramo da hotelaria.
Maiores áreas sociais nos hotéis, aeroportos mais amplos, mais espaçamento nos
restaurantes e testes de saúde para viajar entre estados são algumas das novas
regras no mercado de turismo. Mas os maiores desafios estão no ramo de
eventos, ainda sem previsão para reiniciar atividades. Para a presidente do Bento
Convention Bureau, Gabrielle Signor Rodrigues, sem uma perspectiva de
abertura definitiva, é impossível planejar a retomada da realização de eventos
públicos ou privados. “Mesmo considerando apenas eventos menores e a médio
prazo, precisamos iniciar a estrutração com muitos meses de antecedência. Esta
incerteza do “abre-fecha” afasta todos os investimentos neste setor e torna
inviável a sobrevivência dos profissionais de eventos e de todos os empregos
indiretos que este segmento do turismo gera”, diz Gabrielle.
Serviços de Turismo e Gastronomia empregam o representativo contingente de
10% da população ativa no país. Substituir o “fique em casa” pelo “viaje seguro”
envolve severas mudanças operacionais nas empresas. Maior controle nas filas e
aglomerações, mais espaço nos veículos, espaçamento obrigatório nos
estabelecimentos e rastreamento de público nos eventos farão parte das
fiscalizações municipais. Para estas adequações o Comitê conta com apoio da
expert Amanda Paim, Coordenadora Estadual da Economia Criativa e Turismo do
SEBRAE RS. “Esta nova realidade de convivência com o COVID-19 é um desafio
descomunal para quem está há meses impedido de trabalhar, lutando para
manter sua equipe, negociando com fornecedores, honrando impostos e ainda
buscando motivação extra para acolher com esmero. Precisamos retomar de
forma planejada as atividades turisticas, capacitando gestores e empresas para
garantir segurança ao nosso turista”, explica Amanda, que trabalha em ativa
parceria com empresariado gaúcho.
Destino Seguro no Brasil
“Estamos trabalhando dia e noite para que o Rio Grande do Sul seja reconhecido
como um dos destinos mais seguros do Brasil. Parametrizamos os critérios de
abertura e fluxo nas bandeiras propostas pelo estado, adotamos selos de
certificação e protocolos da OMS para garantir uma verdadeira zona de
segurança em nossos destinos. Adequamos os índices do Distanciamento
Controlado à uma realidade que já se apresenta, pois as pessoas estão voltando
às ruas, o fluxo de visitantes está aumentando, seja por necessidade ou seja por
já pertencerem ao grupo imune”, relata a empresária e hoteleira Deborah VillasBôas Dadalt, representante do enoturismo no Comitê da Retomada. Para ela, a
parceria público-privada é a chave para a superação desta crise. “Se lidarmos
com esta realidade de forma colaborativa, com governo e sociedade unidos nas
mesmas bases, assumindo diretrizes confiáveis, estruturaremos uma retomada
econômica segura e viável. Somos um destino turístico amado e respeitado em
todo o Brasil e devemos dar o exemplo.”
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